Em live, ABREFEN discute linhas de crédito do BDMG que estimulam a agricultura sustentável

No dia 1 de junho, a ABREFEN realizou mais uma live para tratar das novas linhas de crédito disponibilizadas pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) que permitem a contratação de crédito para compra de Remineralizadores de Solo, Fertilizantes Naturais e outros produtos estratégicos para a agricultura de base regenerativa e sustentável.

Além do “BDMG Solo Mais”, essa reunião também esclareceu dúvidas sobre o “BDMG Bioinsumos” e contou com a presença de autoridades no assunto, como o presidente do GAAS, Eduardo Martins, o Diretor Presidente do Instituto Brasileiro de Agricultura Sustentável, Antônio Teixeira, o sócio fundador da Trópica, Pablo Hardoim e a Analista de Desenvolvimento do BDMG, Luisa Lembi.
Fundamentos da agricultura regenerativa

O Presidente do Instituto Brasileiro de Agricultura Sustentável, Antônio Teixeira, deu início à live introduzindo as bases de funcionamento da agricultura regenerativa – modelo que integra e harmoniza práticas, manejos e insumos visando aproveitar de forma eficiente e lucrativa o ecossistema para levar alimentos de maior qualidade à mesa das famílias e também regenerar o solo. Antônio argumentou ainda que embora, na atualidade, grande parte dos produtores rurais utilizem ou tenham interesse em recursos e técnicas sustentáveis, as análises de solo realizadas no campo ainda são genéricas e feitas com base nos adubos solúveis, prejudicando o desempenho dos sistemas produtivos.

Para aumentar então a fertilidade do solo e garantir melhores resultados, o sócio fundador da Trópica, agrônomo e especialista em microbiologia, Pablo Hardoim, em conjunto com Antônio Teixeira, abordaram princípios importantes de serem observados e colocados em prática pelos agricultores, como: o funcionamento da multiplicação de isolados e comunidades microbianas, a ampliação da biodiversidade e deposição de fitomassa e a adubação orgânica de qualidade aliada ao rejuvenescimento do solo tropical promovido pelos remineralizadores de solo e fertilizantes naturais.

Na sequência, a Analista de Desenvolvimento do BDMG, Luisa Lembi, explicou as características e condições das principais linhas de crédito oportunizadas pelo BDMG aos produtores rurais. São elas:

BDMG Solo Mais

A linha de crédito para aquisição dos REM e FN é uma iniciativa do BDMG em parceria com a EMBRAPA. A “BDMG Solo Mais” é destinada aos produtores rurais de Minas Gerais e visa apoiar a transição para agricultura sustentável no estado por meio do repasse de crédito para compra destes insumos sem restrição de porte e/ou cultura. Com diversos itens financiáveis, o programa permite a adesão do produtor rural em diferentes estágios de conhecimento e experiência.

  • Aquisição de remineralizadores e/ou condicionadores para recomposição e/ou recuperação do solo;
  • Aquisição de fertilizantes naturais, minerais e/ou à base de biomassa;
  • Aquisição de bioproduto à base de microrganismos;
  • Aquisição de sementes de plantas de cobertura;
  • Transporte e aplicação dos produtos na área de plantio.

BDMG Bioinsumos

A linha de crédito permite também o financiamento para a aquisição de equipamentos e instalações para a produção de bioinsumos e/ou biofertilizantes para uso próprio. Podem ser financiados:

  • Construção e modernização de benfeitorias e de instalações na propriedade rural;
  • Mão de obra associada às obras civis, benfeitorias e instalação de equipamentos;
  • Equipamentos, instalações elétricas, eletrônicas, hidráulicas e tratamento de efluentes;
  • Equipamentos laboratoriais para análise microscópica do solo e dos bioinsumos;
  • Aquisição de cepas, estirpes, isolados e fontes de inóculos e meios de cultura para o primeiro ciclo de produção.

A live pode ser acessada na íntegra no canal do Youtube da ABREFEN. Veja aqui!


Entrevista

Gabriel Viégas Neto

Diretor-Presidente do BDMG.

Para entender mais sobre como o BDMG tem apoiado a agricultura de base regenerativa e sustentável e quais são os principais serviços oferecidos aos produtores rurais, esta edição da “Novo Solo” entrevistou o diretor-presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

1) De que forma o BDMG tem apoiado a agricultura de base sustentável e de baixo carbono? Conte-nos sobre os principais programas de fomento à prática de agricultura sustentável e climaticamente responsável em Minas Gerais.

A partir da oferta de crédito, o banco atua para impulsionar o desenvolvimento do Estado, realizando desembolsos e financiando projetos conectados com a sustentabilidade.

E nesse cenário entra também o financiamento à agricultura de baixo carbono. O BDMG oferece, desde dezembro de 2022, linhas de crédito que fazem parte do programa LabAgroMinas, voltadas a produtores rurais mineiros, por meio de cooperativas de crédito. Com o BDMG Solo Mais, financiamos o manejo sustentável do solo, como o uso de remineralizadores, fertilizantes naturais, bioinsumos e sementes de plantas de cobertura. Já com o BDMG Bioinsumos oferecemos crédito para implantação de biofábricas; sistemas biodigestores e de compostagem.

Além das linhas vinculadas ao Programa LabAgroMinas, também operamos a linha RenovAgro, do Plano Safra, concedida pelo BDMG diretamente a produtores rurais, que financia uma variedade de tecnologias sustentáveis, incluindo as preconizadas pelo LabAgroMinas.

Por fim, para apresentar aos produtores rurais a importância de uma agricultura sustentável, oferecemos também uma capacitação técnica, finalizada agora em setembro, para apoiar engenheiros e técnicos a avançarem na implementação de novas tecnologias voltadas à agricultura de baixo carbono em Minas Gerais. A capacitação foi um sucesso e contemplou mais de 450 pessoas, entre profissionais de assistência técnica e produtores rurais.


2) Como o BDMG tem dialogado com as metas do Ministério da Agricultura e Pecuária e o abastecimento frente a adoção de práticas sustentáveis, bem como os ODS 2030 da ONU?

Dentro do compromisso do BDMG com o desenvolvimento sustentável está o financiamento alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. De janeiro a setembro deste ano, 40% dos desembolsos do banco estão conectados a pelo menos um ODS, meta que deverá ser seguida nos próximos anos.

Focando em agricultura, nos últimos 12 meses cerca de 30% dos desembolsos realizados pelo BDMG foram para esse segmento. Temos uma atuação forte nesse setor, e entendemos que é por esse motivo que podemos contribuir para ampliar a aplicação de técnicas no Estado dentro da chamada agricultura de baixo carbono.

Por isso, o Banco foi além ao oferecer essa primeira turma de capacitação técnica. Mostramos durante três meses, em aulas virtuais e com um Dia de Campo, como é viável a aplicação dessas novas técnicas de remineralização de solo, bioinsumos, compostagem e manejo sustentável, entre outras.

É importante ressaltar, ainda, que todas as tecnologias fomentadas pelo LabAgroMinas estão alinhadas às metas do Plano RenovAgro do Ministério da Agricultura e Pecuária, de forma que ao financiar a implantação dessas técnicas, o BDMG também contribui para as metas do Programa atribuídas ao Estado de MG.

3) Como tem funcionado o trabalho do BDMG em conjunto com a EMBRAPA Cerrados (e outras entidades do ramo) para ampliar o conhecimento dos produtores rurais a respeito da agricultura sustentável?

A criação da capacitação em agricultura sustentável é uma grande demonstração dessa parceria de sucesso com a Embrapa Cerrados. Entendemos que o acesso ao conhecimento é fundamental para iniciar a transição da agricultura convencional para a de baixo carbono, tanto do ponto de vista de quem produz quanto do ponto de vista de quem apoia o produtor neste processo.

Realizamos de junho a setembro essa capacitação gratuita conjunta para engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Nos surpreendemos com o número de interessados, que ultrapassou 450 pessoas, o que nos fez ampliar o número de vagas iniciais e disponibilizar o conteúdo gravado para todo esse público.

Tivemos um excelente retorno dos participantes. O curso foi encerrado com um Dia de Campo, em Patrocínio, no Alto Paranaíba, que mostrou como foi uma iniciativa acertada (acesse aqui). Pudemos mostrar com a ajuda de importantes professores e estudiosos dessas novas tecnologias que a produção em solos saudáveis, com maior fixação de carbono, não só limita o aquecimento global, como garante à população alimentos mais saudáveis.

O BDMG entra também como um apoio para o produtor que deseja fazer essa transição, ao oferecer crédito em condições vantajosas.

4) Fale um pouco sobre as linhas de crédito disponíveis atualmente e os principais diferenciais entre elas.

Além das duas linhas de crédito BDMG Solo Mais e BDMG Bioinsumos, oferecida pelo BDMG com recursos próprios para apoiar o produtor rural na transição para uma agricultura sustentável, seja com a aplicação de remineralizadores, fertilizantes naturais, bioinsumos, sementes de plantas de cobertura, instalação de biofábricas para produção de bioinsumos para uso próprio, sistemas de compostagem, entre outros, também operamos a RenovAgro. Essa é uma linha com recursos do Plano Safra voltada à recuperação de pastagens, manejo de resíduos, solo e bioinsumos.

Um ponto que acho importante destacar é que nas duas primeiras linhas que acabo de citar, criadas pelo BDMG, está previsto o financiamento à assistência técnica até a fase de maturação do projeto, o que é um ponto de grande ajuda para quem produz. As taxas são atrativas e os prazos adequados para o produtor fazer a transição com tranquilidade.

Para mais informações sobre as linhas de crédito e o LabAgroMinas, temos um canal exclusivo de e-mail que é o agrosustentavel@bdmg.mg.gov.br.

5) Quais são os principais ganhos dos agricultores que buscam financiamento junto ao Banco para as linhas de crédito mencionadas?

Em primeiro lugar, o produtor rural tem à disposição crédito em condições atrativas para fazer sua transição sem precisar dispor de recurso próprio. Em segundo lugar, ao aplicar as tecnologias financiadas, o produtor alia redução de custos em sua lavoura, com a construção de um solo mais fértil ao longo do tempo, que é seu principal ativo, ao mesmo tempo, em que mantém a produtividade e aumenta sua resiliência climática. É uma relação de ganha-ganha.

6) O BDMG pretende ampliar essa atuação no futuro? Se sim, de que maneira?

É parte do compromisso do BDMG seguir ofertando crédito a projetos e iniciativas que estejam alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e isso se aplica à agricultura sustentável. O programa LabAgrominas está em andamento, buscando novas parcerias e com planos de oferecer novas capacitações nesta área.

A história do banco, que começou há mais de 60 anos, está ligada ao desenvolvimento de Minas Gerais em todas as áreas. Este vínculo persistirá pelas próximas décadas e a sustentabilidade está nesse pilar de atuação.

Acesse a live na íntegra no Youtube da ABREFEN (@abrefenoficial) e saiba mais sobre a linha de crédito “BDMG Solo Mais” em: bdmg.mg.gov.br