COP-27 Sustentabilidade e Segurança Alimentar
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, em sua 27° edição, aconteceu entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheik, no Egito. Durante o evento foram discutidos os aspectos centrais para implementação do Acordo de Paris sobre os compromissos estabelecidos e trabalhados nos países participantes para solucionar e dar previsibilidade aos projetos de financiamento climático, mitigação dos GEE, contenção do aquecimento global e adaptação climática.
Durante os 12 dias de conferência vários acordos foram firmados, a fim de garantir o futuro para os oito bilhões de habitantes no planeta, O tema ‘Segurança Alimentar e Climática’ foi debatido no primeiro painel do Dia do Agro, no pavilhão brasileiro coordenado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) onde foi apresentada a importância do trabalho em ações conjuntas para que a agropecuária também seja parte da solução dos problemas que envolvem a mitigação e adaptação em relação às mudanças do clima no mundo.
O debate reuniu o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, como moderador; o consultor técnico e jurídico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cleber Soares; a diretora de Clima, Natureza e Energia na Embaixada do Reino Unido no Brasil, Bruna Cerqueira; a representante da National Farmers Federation da Austrália (NFF), Michele Macdoch; e o representante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (EUA), Jeremy Adamson.
Segundo Rodrigo Justus, para garantir o acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis, principalmente através dos pequenos produtores, é necessário intensificar os esforços globais em adaptação às mudanças climáticas, investimentos em tecnologias e atividades renováveis. “Quando falamos de segurança alimentar, falamos do ponto de vista de alimentos saudáveis, mas também de quantidade e disponibilidade para a população mundial. É necessário que haja um esforço para assegurar investimentos para o setor agropecuário, porque a tecnologia é a solução e não podemos restringir o produtor de uso de fertilizantes, biotecnologia e defensivos agrícolas, nem adotar outras medidas como taxação de carbono nem nada que aumente os custos para o produtor para que não faltem alimentos, deixando a população vulnerável a preços excessivos ou desabastecimento”.
Como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o Brasil está perto de atingir um recorde na produção de grãos, chegando à marca de 313 milhões de toneladas. Garantir a segurança alimentar no planeta tende a caminhar ao mesmo tempo em que o mundo amplia seus esforços no combate ao aquecimento global. O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) se destacou como um importante instrumento para garantir e organizar a adoção das tecnologias de agricultura de baixo impacto ambiental.
A COP-27 se tornou um importante momento para o Brasil, onde a produção sustentável vem evoluindo desde a implementação do Código Florestal Brasileiro, em 2012. As atenções se firmaram no país, principalmente para as iniciativas de desenvolvimento agrícola que aliam tecnologia, meio ambiente e inclusão social. Além disso, a adesão de novas técnicas como o uso de bioinsumos foram apresentadas como um conjunto de práticas de cultivo e reflorestamento de áreas degradadas. No estande brasileiro, os visitantes da COP-27 puderam acompanhar as palestras e debates apresentados durante todo o evento. O próximo evento, o COP-28, acontecerá em 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.