Ricardo Bartholo, produtor da Fazenda Cinco Estrelas, conta como os Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais mudaram sua cultura de café, garantindo qualidade e sustentabilidade.
Ricardo dos Santos Bartholo nasceu no Rio de Janeiro, mas ainda muito jovem mudou-se para Lençóis Paulistas, no interior do estado de São Paulo, para administrar a fazenda da família. Em 1995 apaixonou-se pelo Cerrado Mineiro e acabou comprando sua primeira fazenda. Mudou-se definitivamente com sua família para a cidade de Patrocínio, no interior de Minas Gerais, onde consolidou seus planos na produção agrícola, se dedicando integralmente à produção de café e cereais para suprir as necessidades da sericultura. Hoje ainda faz o plantio e cultivo de cereais e sericultura, mas sua real paixão é a cafeicultura, com destaque para a fazenda Cinco Estrelas que ao passar a ter o manejo orgânico se tornou campeã em produtividade dentre as fazendas.
Bartholo se tornou referência entre as lideranças da região e é o atual presidente da Expocaccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado) cargo este já ocupado por ele em outras oportunidades. A propriedade do cafeicultor possui o selo Rainforest Alliance e UTZ Certifical além de ser pioneira no programa de Venda de Crédito de Carbono (projeto aprovado pelas Organizações das Nações Unidas – ONU). O projeto visa disponibilizar empréstimos para empresas, agricultores e projetos de infraestrutura que exerçam atividades capazes de reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Em 2018, Ricardo certificou seu café como produto orgânico e assim que obteve a aprovação, os grãos passaram a ser comercializados com essa certificação. A mudança concedeu à empresa o 1.º lugar na categoria Cereja Descascada na 9.° Edição do Prêmio na Região do Cerrado Mineiro em 2021.
Remineralizadores de Solo (REM)
Ricardo, que já é produtor há 34 anos, observando as necessidades de trabalhar com uma agricultura mais sustentável, começou, há sete anos, a fazer mudanças em seu manejo visando aumentar a qualidade e diminuir os impactos no solo. Ele substituiu a adubação química por um composto. “Eu já fazia a aplicação da palha do café, do chorume e do esterco da granja em minha produção e em uma palestra com o pessoal da Liberta, o Doutor Antônio Teixeira me mostrou que a compostagem poderia ser feita profissionalmente em outro local, substituindo a adubação química pela orgânica. Foi então que decidi apostar nessa linha de trabalho e adicionei dois ou três tipos de pó de rocha à compostagem, assim, comecei a ter conhecimento das propriedades desses insumos e fui avançando na substituição dos adubos pelos pós de rocha.”
Por ser um insumo natural, os Remineralizadores de Solo podem ser utilizados em diversos tipos de cultivo, tanto na agricultura convencional como na orgânica. As características do produto, principalmente sua baixa solubilidade e efeito residual prolongado, beneficiam a prática do plantio do café. Foi por este motivo que a adubação potássica e o uso do fósforo deram lugar aos Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais e seus efeitos garantiram o selo de café orgânico para a produção. “Este selo veio agregar muito ao meu negócio e acredito ser um caminho sem volta. Quem ainda não adotou esta prática com certeza se renderá a ela. Os remineralizadores substituem com bastante efetividade os adubos químicos e oferecem mais equilíbrio, sustentabilidade e saúde na produção, diminuindo as pragas e sendo menos agressivos”, completou.
É evidente nos estudos já realizados acerca do uso dos REM, que a sua presença no manejo favorece a obtenção de melhores resultados em produtividade e na qualidade final do produto. A associação a uma matriz orgânica favorece a disponibilização dos nutrientes para solo e plantas. Para Ricardo, ficou evidente a mudança das notas aromáticas em sua produção de café, bem como o aumento da valorização de seu produto depois que os insumos passaram a fazer parte do manejo. “Com essa mudança nas notas e na qualidade do café, ganhei muitos prêmios e concursos importantes aqui na região do Cerrado Mineiro, o que só foi possível após eu começar a utilizar os remineralizadores. Temos conhecimento que ao tirar o cloreto, os resultados de qualidade da bebida serão superiores, isso é uma comprovação científica e com resultados efetivos. Já em relação aos cereais ainda não existe essa comprovação de qualidade. Entretanto, considero que quanto mais sadia é a planta e menos agressivo for seu trato cultural, melhor será sua produção”, afirma o produtor rural.
Essa visão já norteia o mercado externo que exige do produtor rural alimentos cada vez mais sustentáveis e cuja produção tenha menor impacto nos recursos naturais, o que segundo Bartholo amplia a visibilidade e o consequente investimento nos insumos agrominerais. “Mundialmente o café estimula o viés de uma agricultura sustentável e o próprio consumidor demanda isso do seu produtor, caso, por exemplo, dos europeus e americanos que são mais criteriosos com o cultivo do café, pois buscam consumir produtos mais sustentáveis. Assim, atualmente a adoção de práticas sustentáveis na agricultura vai ao encontro do que o consumidor quer que você pratique. O produtor consegue obter resultados melhores e com menores custos de produção, além de ganhar prêmios adicionais referentes a qualidade do café”, explica.
Estar atento ao que o mercado está disposto a ofertar também influência na condução de um manejo saudável e uma agricultura promissora, o que, para Bartholo, é um trabalho de sinergia. “No caso dos cereais que estão em um degrau inferior, acredito que será necessário mais tempo até o consumidor final entender a qualidade do alimento e o remunerar por isso, porém, se o produtor conseguir um selo orgânico, mesmo que seja apenas a prática de técnicas regenerativas, ele já estará à frente mundialmente no ramo dos alimentos. Futuramente, assim como ocorreu com o café, também no ramo dos cereais aumentará a busca por produtores e fornecedores mais sustentáveis e com propriedades regenerativas em termos de natureza”.
A procura por produtos que seguem a cartilha da sustentabilidade também pode ser um incentivo para que os produtores invistam na mudança. “No caso do café é fácil mostrar aos consumidores as ações do produtor para reduzir a parte química, através da utilização dos “pós de rocha” e até mesmo com o sequestro de carbono (com carbono neutro), valorizando desta forma o mercado. Então, se o produtor souber divulgar, irá obter o interesse da indústria em relação ao seu produto e proporcionará uma procura adicional de sua colheita”, finaliza Bartholo.
Ricardo defende a necessidade de o produtor mudar a forma de enxergar técnicas de cultivo e manejo que já não favorecem a vida e a saúde do solo, como as práticas baseadas nos conceitos químicos e equilíbrio do pH. O maior conselho do empreendedor para os produtores é que testem os insumos, para poderem experimentar os resultados significativos dos Remineralizadores de Solo e comprovar sua economia e produtividade.